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quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
Fluminense: novo campeão reúne torcedores em oração
Na quinta-feira, 9 de dezembro, torcedores do Fluminense subiram ao Corcovado, para participar, aos pés do Cristo Redentor, de uma missa em Ação de Graças pelo título conquistado pelo Clube no último domingo, dia 5. O celebrante foi Monsenhor Nelson Francelino, que junto com outros cinco padres tricolores, agradeceu o tricampeonato brasileiro, mas também alertou sobre os rumos desse esporte no país.
Monsenhor Nelson é conhecido pela torcida tricolor. Todo ano celebra missa no Clube e assiste jogos do time no estádio. Durante a homilia, ele destacou o valor do futebol, como a paixão antropológica que transporta ao lúdico, ao imaginário, ao transcendente e não apenas como negócio empresarial.
- Atualmente, em nome de um discurso de moralização do futebol brasileiro, orientou-se decisivamente pela lógica do mercado em detrimento do sentimento dos torcedores, e isso traz consigo marcas indeléveis. Hoje, com a extrema profissionalização, o clube vira empresa, movida apenas pelas leis do comércio, lamentou.
Sobre os super salários dos jogadores, Monsenhor Nelson disse que é preciso lembrar que atletas são profissionais e que jogar com o coração, embora faça do esporte mais bonito e apaixonante, não é uma exigência de contrato. É, portanto, segundo o sacerdote, a falta com esse item que faz com que o jogador seja menos ético no exercício de sua profissão.
- O futebol está envolvido com emoção, felicidade, otimismo de toda uma multidão. Tudo isso faz com que o futebol talvez seja o esporte que mais está próximo de se tornar mercadoria, alertou.
Ele afirmou que não se pode transformar o fascínio dos brasileiros pelo futebol em ítem que torne o jogador mercadoria e instrumento de marketing. Para ele, o futebol é o esporte mais praticado do Brasil e está na alma do povo brasileiro. Portanto, deve oferecer muitos estímulos para a juventude, como uma festa de fraternidade.
- O futebol está cheio de altos valores morais, que fazem uma educação única e um fator insubstituível de desenvolvimento pessoal, de integração, promoção social do homem. Esse esporte apaixonante não pode ser reduzido apenas a suas expressões econômicas. O futebol une os homens no trabalho independentemente de suas origens, sua integração social, opiniões ou crenças. É uma escola de tolerância, solidariedade e fator de aproximação humana, destacou.
Monsenhor Nelson acrescentou que pensar futebol enquanto torcedor cristão é relacioná-lo com a dimensão lúdica do ser humano, algo que conduz à paixão e à transcendência que leva o torcedor além do racional, do afetivo, mas algo que possibilita socialização, o respeito à sociedade, aos ritmos, aos movimentos de corpo, o enxergar do social com costumes e posturas diferentes.
- No Engenhão, domingo, foi bonito ver pessoas de todas as crenças e raças, na hora da angústia, torcedores pedirem "a benção, João de Deus” numa forma de rezar, buscar o transcendente, de maneira tão carinhosa, evocando o bem-aventurado Papa João Paulo II. Essa realidade sublime do futebol não pode ser reduzida apenas na perspectiva capitalista, mas numa perspectiva transcendental, concluiu.
Os Padres tricolores também fizeram suas preces e celebraram o triunfo do time, o atribuindo à ação da benção e da graça de Deus. Para encerrar a celebração, todos cantaram juntos, o famoso cântico da torcida, que pede que o Papa João Paulo II interceda, abençoando a todos.
Leanna Scal
Fonte: Site Arquidiocese
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