“Laudato si, sobre o cuidado da Terra” é o título da encíclica do Papa Francisco sobre a ecologia que será apresentada na quinta-feira, dia 18 de junho, às 11h (horário local) na sala nova do Sínodo, no Vaticano.
O título, “Louvado seja” é uma referência ao “Louvor a Vós”, palavras contidas na abertura do Cântico das Criaturas, composto por São Francisco de Assis.
O título não é em latim, como costuma acontecer, mas num italiano antigo.
Disponível em italiano, francês, inglês, alemão, espanhol e português, o documento vai abordar as questões do cuidado com a criação, a ecologia humana e a proteção do meio ambiente.
A encíclica também será apresentada no Rio de Janeiro através de coletiva, no mesmo dia e horário - 18 de junho, às 11h, na sede da arquidiocese, na Glória. A imprensa será recebida pelo cardeal arcebispo Dom Orani João Tempesta, o reitor da PUC-Rio, padre Josafá Carlos de Siqueira, o coordenador de pastoral, monsenhor Joel Portella Amado, o vigário episcopal para a Caridade Social, conêgo Manuel de Oliveira Manangão, entre outros especialistas da área ambiental.
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O pontífice anunciou a publicação do documento no dia 15 de janeiro aos jornalistas presentes no voo de volta do Sri Lanka e Filipinas, a fim de contribuir com a comunidade internacional para decisões corajosas na Conferência do Clima, promovida pela ONU, em dezembro de 2015, em Paris. Os países membros esperam concluir 20 anos de negociações e assinar um compromisso universal para reduzir as emissões de poluentes.
“É preciso cuidar da Terra para evitar sua autodestruição”, disse Francisco à comunidade internacional, em novembro de 2014, durante a II Conferência sobre Nutrição da FAO, realizada em Roma. Em tuíte publicado sobre o tema, denunciou que “a questão ecológica é vital para a sobrevivência dos seres humanos e tem uma dimensão moral que atinge a todos”.
Esta é a primeira encíclica escrita exclusivamente pelo Papa Francisco, pois a primeira “Lumen Fidei” (“Luz da Fé”), havia sido preparada por Bento XVI, antes de renunciar em 2013, e redigida a quatro mãos.
Cultura do desperdício
Já a 22 de abril, o Papa associou-se no Vaticano à celebração do Dia da Terra, pedindo respeito pela natureza para contrariar a exploração dos recursos naturais que compromete o futuro. “Que a relação dos homens com a natureza não seja guiada pela cobiça, pela manipulação e a exploração, mas que conserve a harmonia divina entre as criaturas e o criado, na lógica do respeito e do cuidado, para a colocar ao serviço dos irmãos, também das gerações futuras”, disse, perante milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro. Francisco deixou ainda um apelo para que todos saibam “ver o mundo com os olhos de Deus Criador: a terra é o ambiente a proteger e o jardim a cultivar”.
Novamente neste ano, 11 de junho, ao participar da 39ª Conferência da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), realizada em Roma, o Papa Francisco declarou-se preocupado com as estatísticas sobre o desperdício, pois um 1/3 dos alimentos produzidos acaba no lixo. Os produtos da terra têm um valor que poderíamos dizer “sagrado”, afirmou, porque é fruto do trabalho quotidiano de pessoas, famílias e comunidades de camponeses. “É preciso então tentar assumir com mais decisão o esforço para modificar os estilos de vida. A sobriedade não se opõe ao desenvolvimento, pelo contrário, é evidente que se tornou a sua condição”.
Outro motivo de preocupação para Francisco são as mudanças climáticas, que levam ao deslocamento forçado de populações e a tantos dramas humanitários por falta de recursos. Um desses recursos é a água, que já se tornou causa de conflitos. “Não basta afirmar que existe um direito à água sem agir para tornar sustentável o consumo deste bem e eliminar todo desperdício”.
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