Neste último final de semana aconteceu um especial encontro de músicos na Casa das Missionárias do Sagrado Coração de Jesus, em São Paulo: o Tertúlia, que tive a graça de participar. Em sua segunda edição, teve uma bela proposta de espiritualidade para significativa representação dos ministérios musicais de todo o Brasil. Grandes nomes da música católica estiveram presentes, como Celina Borges, Luiz Carvalho e Cida, do Ministério Vida Reluz, entre outros.
Vários aspectos da vida do músico foram abordados com um particular enfoque sobre saber viver escolhas no específico ministério. No retiro, que teve momentos de intensa espiritualidade e reflexão, houve uma abordagem preciosa sobre os novos desafios do músico cristão frente aos novos tempos da música católica. Ficou clara a preocupação com a vida espiritual do músico e sua arte, que nasce da experiência da fé e vem agregada a valores do Evangelho que precisam ser fielmente resguardados.
Padre Joãozinho convidou os músicos a um "mergulho na sua interioridade", para descobrir na música o seu poder de edificar. Também exortounos: "O CD não é um fim, ele é apenas um meio", ou seja, devemos estar atentos a não restringir toda a profundidade de um ministério a um registro fonográfico.
Foram apontados também caminhos para uma maior qualificação musical, que passa por uma dedicação de estudo, desde o que se refere à cultura musical até a formação litúrgica-doutrinal oferecida pela Igreja. A meta é a excelência ministerial no serviço de fé prestado à Igreja.
Um dos momentos altos das pregações foi a fala paternal do Juninho, grande pregador da Renovação Carismática Católica, que enfatizou a beleza interior de cada um impressa na sua arte, o quanto os músicos são reconhecidos em importân¬cia pela Igreja, e que deveriam se sentir amados pela Igreja, fazendo referência à Carta aos Artistas escrita pelo Papa João Paulo 11, em 1999.
Finalizando, fomos presenteados com um testemunho da cantora Ziza Fernandes, baseado numa ampla experiência em seu ministério. Com profunda maturidade apresentou um precioso discernimento de sua carreira diante de importantes escolhas: "Eu preciso de mais silêncio, para estar mais forte por dentro. Nenhuma dimensão de trabalho pode ser maior que a busca pela verdade. A vida interior é mais importante que a vida exterior. Eu quero ser uma pessoa, mais do que aquilo que sei fazer", afirmou.
Foi muito enriquecedor este final de semana, que fiz questão de aqui deixar alguns registros que possam favorecer o crescimento dos que descobriram na música um dom, um ministério.
Publicado no Jornal Testemunho de Fé de 19 a 25 de fevereiro.
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