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sábado, 25 de fevereiro de 2012
Santa Quaresma
"Foi no deserto que o Senhor achou seu povo ... " (Dt 32, 10). Somos convidados pela Liturgia a fazermos este santo itinerário. Este tempo, que remete aos 40 anos de Israel no deserto e também aos 40 dias de Jesus no deserto em preparação a sua missão, são fontes fecundas de inspiração para nós.
O deserto corno sabemos é um lugar aparentemente "sem vida, onde a aridez toma conta de tudo" e a pouca vegetação que surge é quase um milagre. Na espiritualidade cristã, esta é uma imagem bastante forte e sugestiva que propõe um olhar para apenas aquilo que é essencial.
Sem dispersão alguma, os Padres da Igreja descobriram na mística do deserto um lugar privilegiado deste sagrado encontro com Deus e consigo mesmo. Nas santas páginas da Bíblia encontramos este caminho fecundo que nos respalda nesta aventura de fé.
Na quarta-feira que abre a Quaresma com o rito da imposição das cinzas, a Igreja é convidada a um espírito penitencial. Os cantos que tão bem acompanham estes gestos litúrgicos devem nos inserir na dinâmica do voltar-se para Deus, descobrir-se pó, compreender-se um necessitado da graça divina: "Vieste do pó e ao pó voltarás" (Gn 3,19).
É preciso saber colher da liturgia o que ela nos pede. Os ministérios diversos que atuam nas celebrações devem estar profundamente atentos ao clima de interiorização, valorização do silêncio e a toda temática proposta pelas Sagradas Escrituras.
A canção é parte importante em produzir um ambiente propício para rezar o caminho santo da Nova Israel até a Páscoa. Sejamos motivados pelos sinais litúrgicos a descobrir, neste tempo, um tempo de conversão.
Publicado no Jornal Testemunho de Fé de 26 de fevereiro a 3 de março.
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