sexta-feira, 22 de maio de 2015

Novo Pentecostes

A descida do Espírito Santo sobre a primeira assembleia dos apóstolos e dos discípulos, junto com Maria, a Mãe de Jesus, expressa o que somos enquanto Igreja, comunidade orante de irmãos e irmãs.
A oração é de intenso desejo: que o Espírito Santo, o Prometido, venha. A intenção da prece é a do próprio Jesus, Filho de Deus e Irmão nosso: “rogarei ao Pai e Ele vos dará outro Paráclito, para que convosco permaneça para sempre” (Jo 14, 16). Em comunhão com Cristo e por Cristo, a Igreja se sentia, desde o início, sua família. Daí, a presença marcante da Mãe.
A narrativa de Lucas, a única que possuímos sobre a descida do Espírito, simboliza a realidade para torná-la expressiva (Lc 2, 1-13). Poderia ser chamada de realismo simbólico do derramamento do Espírito. O acontecimento é narrado do ponto de vista temporal e espacial.
O tempo é expresso: “completado o Dia de Pentecostes”. Tendo como referência a antiga celebração judaica, são 50 dias após a Páscoa, tempo oficial da inauguração da Igreja, fundada pelo Jesus histórico. Mudada a referência, atualiza o significado. A partir de então, o Espírito, Pentecostes e a Igreja terão laços estreitados e tão profundos, que irão além do tempo.
O espaço, no entanto, é determinado: “estavam todos reunidos no mesmo lugar”. A assembleia é convocada e reunida em recinto predeterminado. O espaço é o lugar do encontro marcado para a oração e a celebração, a recepção e o envio. Logo a seguir, da sala à praça pública, símbolo do sair ao encontro, para divulgar a Mensagem e oferecer o Batismo.
Vento e fogo são os símbolos do dinamismo do Espírito. O vento enche o lugar. Preenche o espaço, preparando-o para a ação sagrada sobre os presentes. Impetuoso, simboliza o poder soberano e irresistível de Deus. Quem pode impedir o vento que sopra? Quem pode contê-lo? Assim também, quem pode resistir ao Espírito de Deus?  E o discípulo conduzido por Ele?
Quanto ao fogo, são línguas que se repartiram e que pousaram sobre cada um deles. Quer dizer que o Espírito Santo fora derramado sobre as pessoas reunidas, porém, de modo personalizado. Todos, de fato, ficaram repletos da unção espiritual.
Consequentemente, começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito lhes concedia se exprimirem. Trata-se de ação profética, em ordem à difusão e à compreensão da Palavra. Diz respeito à universalidade da Mensagem. O instrumento é o homem e a mulher que dizem e falam, pregam e anunciam, professam e testemunham. Consequentemente, o tempo da Igreja é o do anúncio universal do Evangelho de Jesus, cujo conteúdo é a boa notícia da salvação. É o tempo do ensinamento a favor do seguimento, de tornar-se discípulo no amor.
Seja como for, é conveniente recordar o sábio comentário de Bento XVI: “podemos agora dizer: o cristianismo não era apenas uma “boa nova”, ou seja, uma comunicação de conteúdos até então ignorados. (...) Não é apenas uma comunicação de realidades que se podem saber, mas uma comunicação que gera fatos e muda a vida” (Spe Salvi, 2). Pentecostes, portanto, fala ao coração, pois é o dom do Espírito da comunicação comunicante de Deus. Gerou e gera fatos novos e vitais. Transforma vidas. Visualiza as maravilhas operadas por Deus, no início da pregação do Evangelho, hoje como ontem. Renova, pois, a esperança na Igreja para o mundo.
Conduzida pelo Espírito Santo, a Igreja revive sempre um novo Pentecostes diante da missão no vasto mundo dos povos e, sobretudo, no íntimo das pessoas, em variadas circunstâncias, diversos desafios e múltiplas possibilidades. Reconhecer a ação do Espírito é louvá-Lo.

Autor: Dom Edson de Castro Homem

terça-feira, 19 de maio de 2015

“Eucaristia, alimento para a esperança”

A Arquidiocese do Rio se prepara para a 89ª edição da Semana Eucarística, a ser realizada no Santuário de Adoração Perpétua, a Igreja de Sant’Ana, no Centro. Estão programadas, entre os dias 28 de maio e 3 de junho, diversas horas santas organizadas por pastorais, comunidades, congregações, movimentos eclesiais e organismos arquidiocesanos, em preparação à festa de Corpus Christi no dia 4 de junho.
“É uma tradição antiga que a Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo seja preparada e antecedida por uma semana de oração e reflexão. No Rio de Janeiro, essa tradição é realizada há 89 anos interruptos, na Igreja de Sant’Ana”, afirmou o coordenador arquidiocesano de Pastoral, monsenhor Joel Portella Amado.
Nas horas santas, os fiéis terão a possibilidade de rezar e refletir sobre o tema “Eucaristia, alimento para a esperança”. Dois textos darão a base litúrgica aos encontros: “O 1º Livro dos Reis” (1Rs 19, 3-8) e “O Evangelho segundo João” (Jo 6, 35-40).
Na primeira parte da hora santa, os fiéis rezam, ouvem a Palavra de Deus e há a benção do Santíssimo. Depois, será refletida a temática da esperança, inspirada pelo Ano Arquidiocesano da Esperança, e o desafio de mantê-la em meio aos sofrimentos cotidianos. “É o modo tradicional e muito antigo de rezar e preparar-se para o Corpus Christi”, comentou monsenhor Joel.
Essas duas diretrizes, acrescentou monsenhor Joel, se interligam: “a esperança é mantida pela oração, mas a oração como Jesus rezou e nos ensinou e que nos mantém na direção do Reino de Deus”.
“Nós sempre temos que ter esperança e confiarmos no Senhor. Na Bíblia, nós encontramos muitos exemplos de que a esperança é a própria confiança na presença de Deus, que não nos desampara nunca. Nas piores situações, temos que rezar, agradecer e confiar na misericórdia de Deus”, comentou o reitor do Santuário de Adoração Perpétua, padre José Laudares de Ávila.
Para o reitor, dois momentos serão marcantes nesta Semana Eucarística: a abertura, com a participação de crianças de escolas católicas e públicas da cidade do Rio e no sábado, dia 30, às 9h, com a missa presidida pelo Cardeal Tempesta junto dos movimentos infanto-juvenis da arquidiocese.
Corpus Christi
A festa de Corpus Christi, dia 4 de junho, na qual se comemora a instituição da Eucaristia, começará com uma missa presidida por Dom Orani, às 10h, na Igreja de Sant’Ana. Como de costume, as Vésperas serão realizadas na Igreja da Candelária, às 15h30, seguida de procissão até a Catedral Metropolitana de São Sebastião, concluindo com a missa solene de Corpus Christi.
No calendário católico, há dois dias em que se celebra a Eucaristia: na Quinta-feira Santa, em recolhimento e em silêncio, e em Corpus Christi, proclamando publicamente a dimensão redentora da Eucaristia. Por isso, é tradição que, neste dia, aconteça uma procissão pelas ruas, com o Santíssimo exposto.
“A presença dos católicos na procissão é fundamental para testemunhar a fé. Quanto maior for, mais atenção ela despertará, e, consequentemente, maior será o testemunho e os frutos”, justificou monsenhor Joel.

PROGRAMAÇÃO
Quinta-feira, 28 de maio
10h - HORA SANTA com as escolas católicas e as escolas públicas
Oficiante: Pe. Paulo Alves Romão
20h - HORA SANTA da Família: Aliança de Casais com Cristo, Encontro de Casais com Cristo, Encontro do Diálogo, Equipes de Nossa Senhora, Movimento Defesa da Vida e demais pastorais ligadas à Família
Oficiante: D. Antônio Augusto Dias Duarte
Sexta-feira, 29 de maio
15h - HORA SANTA com o Apostolado da Oração
Oficiante: Mons. Joel Portella Amado
20h - HORA SANTA dos Movimentos Leigos: Renovação Carismática (RCC) Cursilhos da Cristandade, Focolares, Irmandades, Ordens Terceiras e Confrarias, Movimento Comunhão e Libertação, Neo-Catecumenato, Oficinas de Oração e Vida, Sociedade São Vicente de Paulo.
Oficiante: Pe. Leandro Lenin Silva Tavares Cardoso
Sábado, 30 de maio
9h - MISSA - Rio Celebra com catequistas, crianças e adolescentes: Catequese especial, Catequese Eucarística, coroinhas, Cruzada Eucarística, Infância Missionária, Movimento Eucarístico Jovem, Perseverança, crianças da catequese paroquial e crianças em geral.
Oficiante: Cardeal D. Orani João Tempesta
11h - HORA SANTA das Vocações: Pastoral Vocacional, clubes vocacionais, Obra das Vocações Sacerdotais, Serra Clube.
Oficiante: D. Roque Costa Souza
16h - HORA SANTA da Juventude e Iniciação Cristã de Jovens e Adultos
Oficiante: Pe. Jorge dos Santos Carreira
20h - Assembleia Geral da Adoração Noturna
Diretor: Pe. José Laudares de Ávila
21h - HORA SANTA da Adoração Noturna
Oficiante: Pe. José Laudares de Ávila
Domingo, 31 de maio
12h - HORA SANTA com os movimentos relativos à deficiência: Fraternidade Cristã de Deficientes, Movimento dos Deficientes Físicos, Movimento Fé e Luz, Pastoral dos Surdos
Responsáveis: Pe. Leandro de Souza Câmara
14h30 - HORA SANTA com os ministérios e serviços ligados à Liturgia: Acólitos, Liturgia, Ministério da Consolação e Esperança, Ministério do Acolhimento, Ministério Extraordinário da Comunhão Eucarística, Ministério da Visitação,
Oficiante: D. Roque Costa Souza
16h - HORA SANTA da Guarda de Honra do Santíssimo Sacramento
Pregador: Pe. José Laudares de Ávila
Segunda-feira, 1 de junho
15h - HORA SANTA do clero e seminaristas
Oficiante: Cardeal D. Orani João Tempesta
20h - HORA SANTA do Vicariato Episcopal para a Comunicação Social: artistas, Rádio Catedral, jornal “O Testemunho de Fé”, representantes das paróquias e Amigos da Rádio Catedral, Grupo TV e Rádio Canção Nova e outros
Oficiante: Pe. Omar Raposo de Souza
Terça-feira, 2 de junho
14h30 - HORA SANTA com os movimentos marianos: Federação das Congregações Marianas, Legião de Maria, Movimento Apostólico de Schöenstatt, Pia União das Filhas de Maria, Rosário em Família
Oficiante: D. Edson de Castro Homem
17h - HORA SANTA dos religiosos e religiosas, dos institutos de Vida Consagrada, das sociedades de Vida Apostólica e das novas comunidades.
Oficiante: D. Roberto Lopes
Quarta-feira, 3 de junho
15h - HORA SANTA dos Círculos Bíblicos e grupos de reflexão
Oficiante: D. Paulo Cezar Costa
20h - HORA SANTA do Vicariato para a Caridade Social: Ação Católica Operária, Banco da Providência, Círculos Operários, Juristas Católicos, Juventude Operária Católica, Liga Católica Jesus, Maria e José, M.F.C., Médicos Católicos, Pastoral da Criança, Pastoral da Saúde, Pastoral da Sobriedade, Pastoral da Terceira Idade, Pastoral das Domésticas, Pastoral das Favelas, Pastoral do Menor, Pastoral do Trabalhador, Pastoral Penal, Renovação Cristã, Toca de Assis e funcionários da Mitra e das paróquias
Oficiante: D. Pedro Cunha Cruz
Quinta-feira, 4 de junho, Corpus Christi
10h - Missa solene presidida pelo Sr. Cardeal D. Orani João Tempesta
15h30 -Vésperas na Igreja da Candelária – Oficiante Cardeal D. Orani João Tempesta. Equipe litúrgica do Seminário Arquidiocesano de São José.
16h - Procissão, seguida de missa

quarta-feira, 13 de maio de 2015

Nossa Senhora de Fátima, graça e a misericórdia

Segundo as memórias da Irmã Lúcia, podemos dividir a mensagem de Fátima em três ciclos: Angélico, Mariano e Cordimariano.
O Ciclo Angélico se deu em três momentos: quando o anjo se apresentou como o Anjo da Paz, depois como o Anjo de Portugal e, por fim, o Anjo da Eucaristia.
Depois das aparições do anjo, no dia 13 de maio de 1917, começa o ciclo Mariano, quando a Santíssima Virgem Maria se apresentou mais brilhante do que o sol a três crianças: Lúcia, 10 anos, modelo de obediência e seus primos Francisco, 9, modelo de adoração e Jacinta, 7, modelo de acolhimento.
Na Cova da Iria aconteceram seis aparições de Nossa Senhora do Rosário. A sexta, sendo somente para a Irmã Lúcia, assim como aquelas que ocorreram na Espanha, compondo o Ciclo Cordimariano.
Em agosto, devido às perseguições que os Pastorinhos estavam sofrendo por causa da mensagem de Fátima, a Virgem do Rosário não pôde mais aparecer para eles na Cova da Iria. No dia 19 de agosto ela aparece a eles então no Valinhos.
Algumas características em todos os ciclos: o mistério da Santíssima Trindade, a reparação, a oração, a oração do Santo Rosário, a conversão, a consagração da Rússia ao Imaculado Coração de Maria. Enfim, por intermédio dos Pastorinhos, a Virgem de Fátima nos convoca à vivência do Evangelho, centralizado no mistério da Eucaristia. A mensagem de Fátima está a serviço da Boa Nova de Nosso Senhor Jesus Cristo.
A Virgem Maria nos convida para vivermos a graça e a misericórdia. A mensagem de Fátima é dirigida ao mundo, por isso, lá é o Altar do Mundo.
Expressão do Coração Imaculado de Maria que, no fim, irá triunfar é a jaculatória ensinada por Lúcia: “Ó Meu Jesus, perdoai-nos e livrai-nos do fogo do Inferno, levai as almas todas para o Céu; socorrei principalmente as que mais precisarem!”
Nossa Senhora de Fátima, rogai por nós!

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Dom Edson assume Diocese de Igautu em 27 de junho

A posse de Dom Edson de Castro Homem na nova diocese já tem data marcada: dia 27 de junho, às 17h, em Iguatu, no Ceará. Na última quarta-feira, 6, a nomeação do Papa Francisco para o bispo auxiliar do Rio de Janeiro foi divulgada pela Santa Sé.
Na capital fluminense os fiéis cariocas também terão a oportunidade de se despedir e celebrar com Dom Edson. Está agendada uma Missa no dia 29 de maio, às 10h, no Santuário de Nossa Senhora de Fátima, no Recreio; e com os diáconos permanentes acontecerá uma celebração eucarística no dia 13 de junho, às 10h, na Igreja de Sant'Ana, no centro da cidade.

sexta-feira, 1 de maio de 2015

São José Operário, protetor e modelo de todos os trabalhadores

A Igreja, providencialmente, nesta data civil marcada, muitas vezes, por conflitos e revoltas sociais, cristianizou esta festa, isso na presença de mais de 200 mil pessoas na Praça de São Pedro, as quais gritavam alegremente: “Viva Cristo trabalhador, vivam os trabalhadores, viva o Papa!” O Papa, em 1955, deu aos trabalhadores um protetor e modelo: São José, o operário de Nazaré.
O santíssimo São José, protetor da Igreja Universal, assumiu este compromisso de não deixar que nenhum trabalhador de fé – do campo, indústria, autônomo ou não, mulher ou homem – esqueça-se de que ao seu lado estão Jesus e Maria. A Igreja, nesta festa do trabalho, autorizada pelo Papa Pio XII, deu um lindo parecer sobre todo esforço humano que gera, dá a luz e faz crescer obras produzidas pelo homem:“Queremos reafirmar, em forma solene, a dignidade do trabalho a fim de que inspire na vida social as leis da equitativa repartição de direitos e deveres.”
São José, que na Bíblia é reconhecido como um homem justo, é quem revela com sua vida que o Deus que trabalha sem cessar na santificação de Suas obras, é o mais desejoso de trabalhos santificados: “Seja qual for o vosso trabalho, fazei-o de boa vontade, como para o Senhor, e não para os homens, cientes de que recebereis do Senhor a herança como recompensa… O Senhor é Cristo” (Col 3,23-24).
São José Operário, rogai por nós!