segunda-feira, 25 de junho de 2012

O silêncio da semente

 O Reino de Deus é como alguém que lança a semente na terra. Quer ele esteja dormindo ou acordado, de dia ou de noite, a semente germina e cresce, sem que ele saiba como. A terra produz o fruto por si mesma (Mc 4, 26). A dinâmica do Reino de Deus está nas mãos de Deus inteiramente. O silencioso germinar da semente propõe um mistério que está além das nossas capacidades para entender. Fazemos nossa parte e temos diante de nós a tarefa de anunciar o Reino. No que diz respeito ao semear, competirá a nós a crescer; porém, a Deus, a fecunda ação do Espírito.

As mais diversas ações pas­torais provam isto diariamente. Nunca temos a dimensão do alcance de uma Palavra de Deus semeada por nós. Alguns partiram sem ver os frutos do que semearam. E isso somente nos prova que a obra é de Deus e que no tempo dele a colheita se dará, os frutos virão. Não queiramos abarcar com nosso limitado entendimento os mis­térios do Reino. Quanto mais entregues nas mãos de Deus, mais fecundo será nosso minis­tério. A exemplo, os composito­res nunca saberão até onde irá sua música. Os escritores nunca saberão até onde irão suas pala­vras. E assim por diante.

Na beleza da fé isto se tor­na mais especial porque nos referimos a um alcance divino onde só Deus pode chegar. Que pregadores, intercessores, ministros da canção de fé se deixem conduzir pelo Es­pírito. Redescubram a potên­cia espiritual que se tornam quando deixam a semente silenciosamente seguir seu curso natural. A seu tempo ela se tornará, como nos diz Jesus, uma frondosa árvore capaz de abrigar os passarinhos em seus ninhos.

Publicado no Jornal Testemunho de Fé de 24 a 30 de junho de 2012.

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